Como Implantar uma Nova Tecnologia de Desinfecção Ambiental
Guerras e pandemias tendem a acelerar o surgimento de novas tecnologias, bem como o desenvolvimento de toda uma sociedade.
Durante a pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2 ou covid-19, rápidos foram os avanços para o desenvolvimento de vacinas, no uso da telemedicina, e na mudança do comportamento humano frente aos cuidados de higiene pessoal e ambiental, como forma de prevenir a propagação do vírus.
A pandemia favoreceu a entrada em nosso país de tecnologias nunca vistas, com o uso voltado para a desinfecção de ambientes sem a necessidade de mão de obra ligada diretamente à desinfecção. Isso fez com que houvesse uma diminuição acentuada nas falhas processuais em limpeza terminal, garantindo a eliminação de espécies de vírus, bactérias, fungos entre outros microrganismos capazes de permanecer no ambiente por longos períodos e contribuírem para a transmissão cruzada de infecção.
Países como a Suíça, Alemanha, França e Itália são considerados os maiores fabricantes de tecnologias no-touch para desinfecção ambiental por métodos a vapor e aerossol. Já os Estados Unidos são reconhecidos pela produção de equipamentos para desinfecção por radiação ultravioleta (UV).
Tecnologias no-touch são tecnologias complementares ao processo de limpeza, pois seu uso é restrito para desinfecção do ambiente em processos de limpezas terminais. Seu uso inclui diversos benefícios, dentre eles citamos a melhora da produtividade dos auxiliares de limpeza, uma vez que eles focam apenas na limpeza, isto é, na atividade de remoção da sujidade visível a olho nu do ambiente. Além disso, tecnologias no-touch tendem a minimizar falhas processuais, por isso não é possível a comparação do preço dessas tecnologias a produtos desinfetantes utilizados para desinfecção por método manual.
Dicas de avaliação
A adoção de uma nova tecnologia deve ser avaliada sob as diferentes óticas de uma equipe multidisciplinar, visando sempre a melhoria de um processo, redução de custo e o aumento da receita.
Quando há intenção de um hospital aderir a alguma inovação voltada para a desinfecção ambiental, alguns fatores devem ser levados em consideração:
- analisar com os times de Higiene e SCIH a real necessidade do uso antes da implantação do produto;
- avaliar o custo-benefício trazido por este produto;
- ler atentamente a Ficha de Identificação de Segurança do Produto Químico (FISPQ) e certificar-se sobre a toxicidade e possíveis riscos ocupacionais existentes;
- mensurar se o produto agrega segurança ao paciente e valor à instituição;
- checar se a utilização do produto se dá por via manual ou automatizada, e se há indicadores que evidenciem a padronização e qualidade do processo entregue;
- verificar registros e certificações necessárias para implantação;
- analisar os microrganismos para qual o produto foi testado e o tempo de ação do produto para eliminá-los;
- verificar se o produto é de fácil manuseio, transporte e armazenamento;
- certificar-se que a solução seja compatível com a infraestrutura e equipamentos eletroeletrônicos disponíveis no local;
- avaliar o tempo de ação do produto para liberação do leito;
- analisar a “molhabilidade” e deriva da gota gerada pelo aparelho no local;
- avaliar o raio de alcance do produto e sua eficácia/efetividade;
- observar se a sua instituição comporta a voltagem e potência do equipamento a ser utilizado;
- verificar se a tecnologia lhe permite algum meio de monitoramento da qualidade do processo, tais como: uso de indicadores químicos e emissão de relatório.
E por fim, é importante checar se os laudos microbiológicos apresentados pelos fabricantes e fornecedores de tecnologia no-touch apresentam especificações técnicas, como a marca e o modelo do robô testado e as especificações técnicas do produto desinfetante. Qualquer outra solução comercializada, que não possua em seus laudos a mesma especificação de produto químico e equipamento testados, não atestam a eficácia combinada da tecnologia.
Procurar evidências sobre a idoneidade do fornecedor, seu modelo de negócio praticado, comparação de preço, a garantia, o tempo médio para atendimento de ocorrências in loco, o oferecimento de treinamento e atendimento de pós-vendas para acompanhamento e apoio ao cliente também são importantes pontos a serem considerados.
O mercado de robôs por desinfecção touchless e no-touch está em franco crescimento, pois cada vez mais tem se atrelado o uso dessas tecnologias à redução de infecções e redução de custos com esses eventos adversos. Contudo é válido ressaltar que, apesar de terem o mesmo objetivo, elas não são iguais. O raio de alcance da luz ou do desinfetante vaporizado ou aerossolizado pelo robô pode variar de acordo com cada fabricante, gerando impactos variados na eficácia do processo.
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Um forte abraço e até logo!