Mitos e Verdades sobre as Novas Tecnologias para Desinfecção de Ambientes

Cabines de Desinfecção, tecidos com ação antimicrobiana, desinfecção por radiação ultravioleta, Sanitização com Ozônio, Spray com desinfetante de longa duração, essas entre tantas outras soluções e substâncias foram lançadas no mercado nacional durante esta pandemia, com a promessa de eliminar o coronavírus do ambiente, deixando-o assim, mais seguro. Contudo muitas destas ainda não possuem regulação junto à ANVISA, e podem ser prejudiciais à saúde.

A pandemia causada pelo novo Coronavírus, elevou o nível de higiene da população mundial, e mostrou a importância do cuidado com a higienização ambiental para melhor controle do vírus, fazendo com que setores hoteleiros, de transporte, da educação, buscassem nos hospitais, o apoio para criação de seus protocolos de segurança.

Diante de um cenário com tantas opções, como escolher um produto desinfetante verdadeiramente eficaz? Como saber se o argumento de venda consiste em um mito ou uma verdade?

No ano passado, a ANVISA publicou algumas notas técnicas, referente ao uso de alguns produtos, que foram bastante divulgados na mídia e publicidade popular, como Cabine de Desinfecção, Luz UV, Tecidos antibacterianos, e ozônio. Então bora entender mais sobre essas tecnologias.

As Cabines de desinfecção de pessoas em locais públicos é eficaz contra a COVID-19?

Mito, até o momento a ANVISA não possui evidências científicas de que essas cabines sejam eficazes no combate do SARS-CoV-2, e recomenda que a borrifação de Saneantes apenas sobre superfícies inanimadas, o uso de desinfetantes sobre seres humanos, podem causar lesões dérmicas, oculares, respiratórias e alérgicas, podendo o responsável da ação responder penal, civil e administrativamente1.

O gás de ozônio pode ser usado como desinfetante?

Verdade, mas para que seja eficaz na destruição de bactérias nocivas ele deve estar presente em uma concentração acima dos níveis considerados seguro para os seres humano2. Sendo assim, o uso da tecnologia em hospitais não é recomendado por órgãos regulatórios e sanitários.

A luz UV é eficaz na eliminação de vírus, bactérias, fungos e esporos?

Verdade. Mas segundo a ANVISA, só foram encontradas evidências de eficácia do uso de tecnologias baseadas em UV para desinfecção em condições conformacionais muito específicas e controladas quanto à área irradiada, ângulo de exposição, intensidade e dose de radiação, sobre superfícies lisas e limpas. Diante da ausência de comprovação da eficácia da técnica para ambientes realísticos, a ANVISA não recomenda o uso de equipamentos com tecnologias baseadas em UV para desinfecção de ambientes públicos e hospitalares como única alternativa.

Posso usar a luz UV para desinfetar as pessoas?

Mito. Não é recomendado o uso de equipamentos de UV para “desinfectar as mãos” ou outras zonas da pele, pelos potenciais efeitos adversos conhecidos, como: queimaduras, lesões dérmicas, oculares, além dos efeitos crônicos que afetam o DNA de tecidos biológicos com potencial de carcinogênese. Assim, o uso de equipamentos com tecnologias baseadas em UV para desinfecção de ambientes públicos e hospitalares pode ser prejudicial ao ser humano, caso este permaneça no ambiente durante o procedimento.

É verdade que há desinfetantes que possuem longa duração, isto é, após a aplicação deste em um transporte ou ambiente, a superfície, esse impediria o crescimento de bactérias por períodos que variam entre 1 semana até meses?

Não, isso é mito, infelizmente até o momento não foram registrados na ANVISA e/ou Agência de Proteção Ambiental Americana (EPA), nenhum produto que comprovasse esta ação desinfetante de logo prazo. A ação desses produtos, na maioria das vezes possuem ação de destruição da bactéria, vírus ou fungo, durante o processo de desinfecção. Contudo como carregamos em nossa pele bactérias e fungos que são facilmente transmitidos pelo contato, logo o ambiente previamente desinfetado, será novamente recolonizado com microrganismos após o toque das nossas mãos com essas superfícies.

Os tecidos impregnados com ativos que possuem ação microbianas, são seguros?

Verdade. Segundo a Nota Técnica 20/2021 publicado pela ANVISA sobre o assunto, são enquadrados como Saneantes de risco 2, na categoria Desinfetantes e sujeitos a registro: a. tecidos (roupas, cortinas, máscaras etc.), superfícies e objetos que possuem ação microbiana. Esses produtos devem seguir os critérios estabelecidos nas normativas de registro de Saneantes Desinfetantes. Adicionalmente, será necessário apresentar estudos de irritação e sensibilização cutânea e de fotossensibilização, quando houver contato do ativo com a pele.

Tecnologias no-touch para desinfecção de ambientes e superfícies inanimadas são mais eficazes que o processo manual praticado atualmente?

Verdade. Tecnologias no-touch com ação para desinfecção de alto nível, tendem a garantir por meio da automação a padronização do processo, minimizando o risco de falhas humanas. Mas atente-se, estas tecnologias não isentam a necessidade de limpeza prévia do local para remoção da sujidade visível, portanto a limpeza é fundamental para o sucesso da desinfecção.

No Brasil, a tecnologia HyperDryMist, representada pela empresa A3K, é uma tecnologia no-touch, suíça, que realiza a desinfecção de alto nível do ambiente. A ação combinada entre a robótica e engenharia química, permitem que a solução tenha um comportamento físico-químico de gás, fazendo com que a solução ocupe todo o espaço e garantindo a desinfecção dos locais mais difíceis.

O HyperDryMist também é certificado pelas normas ISO 9001 e 13485, e pela Certificação Europeia (CE), que validam sua eficácia no combate a microrganismos como: o novo Coronavírus, Micobactérias tuberculosa, Clostridium difficile nas formas vegetativa e esporulado Acinetobacter baumanni, Klebsiella pneumoniae resistente a carbapenêmicos, Candida auris, entre outros.

Toda tecnologia possui seus prós e contras, por isso na escolha de um novo produto para sua Instituição fique atento as dicas abaixo:

Verifique se a tecnologia em questão possui registro na ANVISA.
• Solicite a documentação técnica do produto, tais como: registro, FISPQ, Ficha Técnica, Laudos microbiológicos, e outros estudos relacionados a eficácia do produto.
• Certifique-se da compatibilidade do novo produto com os materiais e equipamentos existentes na sua empresa.
• Confira as certificações da tecnologia.
• Alcance da desinfecção por equipamento (m² ou m³).
• Tempo de desinfecção.
• Por fim, entenda bem como funciona o produto em teste e veja se esta tecnologia se aplica a realidade e necessidade de sua empresa.

Se você gostou desse post e possui mais curiosidades, ou possui algum tema sobre o qual gostaria que escrevêssemos, manda um e-mail pra gente no info@am3k.com.br.

Um abraço e até o próximo post!

Bibliografia:
1. ANVISA MS. Nota Técnica 38/2020. Desinfecção de pessoas em ambientes públicos e hospitais durante a pandemia de Covid 19. Acessado em: 01/09/2021, disponível em: https://coronavirus.rs.gov.br/upload/arquivos/202006/12142016-nota-tecnica-28-anvisa-2020-desinfeccao-de-pessoas.pdf
2. ANVISA MS. Nota Técnica 108/2020. o uso do ozônio como produto desinfetante durante a pandemia causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). Acessado em 0/09/2020, disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2020/anvisa-esclarece-sobre-uso-de-ozonio-como-desinfetante/sei_anvisa-1168587-nota-tecnica-ozonio-ghcos.pdf
3. ANVISA MS. Nota Técnica 82/2020. Uso de luz ultravioleta (UV) para desinfecção de ambientes públicos e hospitalares. Acessado em 01/09/2021, disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/arquivos-noticias-anvisa/114json-file-1
4. United States Environmental Protection Agency. COVID-19 long-lasting Disinfectants Webinar. Acessado em 01/09/2021, disponível em: https://www.epa.gov/emergency-response-research/covid-19-long-lasting-disinfectants-webinar.
5. ANVISA MS. Nota Técnica 20/2021. Enquadramento de tecidos e produtos antimicrobianos. Acessado em 01/09/2021, disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/saneantes/notas-tecnicas/nota-tecnica-20-2021-cosan-ghcos-dire3-anvisa.

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